Barreado da Pachorra (e do Cyro)
Barreado, assim mesmo, com letra maiúscula, a comida típica do litoral paranaense.
Sensacional.
Quem provou, amou. -receita que segue aí embaixo (uma das mais preciosas
colaborações que este blog já teve), é preciso pachorra.
"Barreado com pachorra
Há várias formas de se fazer o barreado, prato tradicional do litoral paranaense.
"Barreado com pachorra
Há várias formas de se fazer o barreado, prato tradicional do litoral paranaense.
O cozinheiro sempre pode dar seu toque pessoal no preparo do rango.
Eu sigo a receita da (minha) tia Raquel, que há mais de 20 anos pilota panelas de
barro com maestria.
Dela, além do interesse pelo fogão, herdei a paciência necessária para conduzir
longos processos culinários. Então lá vai:
Ingredientes (para seis mortos de fome, segundo a tia)
Ingredientes (para seis mortos de fome, segundo a tia)
· Um quilo de músculo e um de acém, cortados em cubo;
· 200 gramas de bacon magro picado (magro mesmo, sem gordura e sem o couro);
· 200 gramas de bacon magro picado (magro mesmo, sem gordura e sem o couro);
· 2 cebolas médias,
· 1 pimentão verde, pequeno;
· 1 pimentão verde, pequeno;
· 1 maço gande de cheiro verde, sem coentro!;
· 1 ou 2 colheres de cominho puro, moído (cuidado, o excesso deste tempero “afoga” o prato);
· 1 ou 2 colheres de cominho puro, moído (cuidado, o excesso deste tempero “afoga” o prato);
· 2 colheres de sal, inicialmente. No decorrer do cozimento pode-se pôr mais;
· 1 pimenta vermelha dedo de moça, sem semente. Na falta dela, vai uma malagueta, não será heresia;
· 3 a 4 folhas de louro e 2 colheres de chá de pimenta do reino.
· 1 pimenta vermelha dedo de moça, sem semente. Na falta dela, vai uma malagueta, não será heresia;
· 3 a 4 folhas de louro e 2 colheres de chá de pimenta do reino.
Mexe um pouquinho, cozinha um pouquinho
Pique todas as verduras e forre o fundo da panela com elas.
Acomode as carnes e o bacon por cima e polvilhe os demais temperos.
Não se preocupe com misturas que a coisa vai longe.
Cubra com água até o nível da carne.
Reza a tradição e as lendas que o cozimento do barreado deve ser feito em panela de barro,
cuja tampa é lacrada com uma goma à base de araruta, dentro de um buraco com brasas.
É que no século 19 não havia panela de pressão em Morretes, Antonina e adjacências
(cidades do litoral do Paraná, onde o prato nasceu).
Qualquer fogão básico e aquela sua velha panela de cozinhar feijão dão conta do recado
com muita honestidade.
Cozinhe na pressão entre 40 minutos e uma hora, em fogo baixo.
Abra a panela, mexa a carne e reponha a água, se estiver faltando.
Repita este procedimento até que a carne fique totalmente desfiada.
Em geral, isso acontece de três a cinco vezes, em um intervalo de uma hora para cada
“abre” de tampa.
Após a primeira fervida na pressão coloque uma chapinha de amianto sob a panela.
Se não tiver, use a forma de pizza, o efeito é o mesmo.
Use uma colher de pau pesada ou um soquete de feijão para acelerar o desmanche
da carne, que aos poucos se mistura ao molho.
Esta alquimia produz o barreado e justifica as horas gastas na frente do fogão.
Cheiro de matar a clientela
Cheiro de matar a clientela
Nessas alturas do campeonato o cheiro do grude já estará matando a platéia presente ao convescote.
Deixe o pessoal ainda mais esfomeado, sirva uma cachaça de boa qualidade.
Comida de litoral sem a “marvada” não tem graça.
Enquanto a turma beberica, deixe o barreado cozinhar com a panela aberta por
mais uma meia hora pra apurar o caldo. Acerte o sal e pronto!
Sirva com...
Banana da terra cozida com um pouco de açúcar.
Sirva com...
Banana da terra cozida com um pouco de açúcar.
A tia orienta comprar as de casca bem preta, com cara de podre.
Essas é que são boas. (Banana prata in natura também vai muito bem)
Um arroz temperado com alho e cebola e uma boa farinha de mandioca branca
completam a arquitetura do prato. Pimenta a gosto.
Diz um ditado “parnanguara” (ou seja, nascido em Paranaguá) que “quando
o barreado fica bão, ocê morre de cumê, mas quando ele fica ruim, ocê morre
de desgosto”.
É isso aí. Se você teve a pachorra de chegar até aqui é porque tem talento
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